À semelhança dos anos anteriores, está em curso nas ilhas dos Açores, a Campanha SOS Cagarro 2011. Coordenada pela SPEA, Sociedade Portuguesa de estudo para as Aves, a campanha decorrerá entre 1 de Outubro a 15 de Novembro, período em que se dá a saída dos jovens cagarros dos ninhos para o seu primeiro voo transoceânico.
A sensibilização da população para a preservação dessa espécie e a organização de patrulhas nocturnas para o salvamento dos cagarros juvenis são os principais objectivos da campanha.
Devido ao excesso de iluminação das zonas urbanas que causa cegueira a essas aves, torna-se muito comum observa-las caídas nas cidades, estradas e jardins e quando não socorridas podem morrer por atropelamento ou por possíveis perdadores.
Portugal, devido aos seus arquipélagos, acolhe a maioria das populações destas aves marinhas, que vêm nidificar para as ilhas, dai a necessidade e preocupação para a preservação da espécie que cada vez mais vê o seu número a reduzir podendo mesmo adquirir o estatuto de risco a médio prazo.
Muitos dos cagarros juvenis salvos nos Açores já regressaram ao nosso arquipélago para acasalar e ter as suas crias.
Além dos Açores, o arquipélago da Madeira e as ilhas Berlengas são também locais estratégicos para a nidificação das aves.
O Cagarro, também conhecido por Cagarra ou Pardela-de-bico-amarelo (Calonectris diomedea) passam praticamente toda a sua vida no mar, após a saída dos ninhos regressam à terra entre os 5 e os 8 anos para nidificar e podem viver até aos 50 anos. A ave de bico amarelo, dorso acastanhado e ventre branco, é reconhecida sobretudo pelo seu chamamento característico por ser tão estridente.
LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas
A SPEA também tem desenvolvido o projecto “LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” em parceria com a SRAM, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Câmara Municipal do Corvo e a Royal Society for the Protection of Birds
O Projecto visa a conservação das colónias de aves marinhas no arquipélago português através da recuperação do seu habitat e da criação de meios de controlo e erradicação das plantas exóticas invasoras e de espécies predadoras introduzidas (ratos, murganhos, gatos etc.).
O plano de acção está a decorrer na ilha do Corvo que pela disponibilidade de habitat a torna um local privilegiado para o desenvolvimento das aves marinhas e no Ilhéu de Vila Franca do Campo, local onde estão a ser testadas medidas de controlo da vegetação invasora.
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