sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dietrich Schwanitz

Cultura – tudo o que é preciso saber
A minha grande descoberta nos últimos tempos foi, sem dúvida, o livro Cultura-tudo o que é preciso saber, do filósofo alemão Dietrich Schawnitz.
O livro é um excelente resumo de toda história da cultura ocidental e é de grande utilidade para quem tem dificuldades em situar momentos históricos e até mesmo relacioná-los ente si.
O autor começa por abordar a História europeia, narrando de forma sucinta todos os deuses e figuras mitológicas da antiguidade grega, assim como também as grandes obras da literatura grega como a Íliada e a Odisseia.
Apresentados os deuses gregos, Schwanitz comenta a Bíblia e de forma bem humorística explica o que se passou no jardim do Éden e a origem do pecado original, cujo pequeno excerto não resisto em partilhar:
“Para que Adão não se aborreça, retira-lhe uma costela e daí faz a Eva. Depois explica-lhe o regulamento da casa e as regras de utilização do jardim: podem comer toda a fruta, a não ser a de uma macieira com um letreiro que diz: “árvore do conhecimento do bem e do mal”, que isso seria mau e teria um fim de morte. Mas Eva pressente uma contradição: se a própria descoberta da diferença entre o bem e o mal é má, algo não está certo com a lógica. Para melhor esclarecimento, consulta a perita em paradoxos, a serpente, e esta faz uma interpretação sob o prisma da crítica ideológica: a proibição é antidemocrática, e a ameaça de morte serve apenas para proteger o saber da classe dominante. Que comessem à vontade, porque haviam de ficar eles próprios como Deus, podendo distinguir o bem do mal.”
Schwanitz faz referência também aos principais episódios do Antigo Testamento e volta à antiga Grécia, fala do pensamento grego, da arte, da tragédia, poesia e a sua filosofia focando os principais aspectos de Sócrates, Platão e Aristóteles. A História de Roma, desde as guerras púnicas, passando por Cleópatra até à sua conversão ao cristianismo.
 A Idade Média, o reino dos francos, o princípio do feudalismo, a fundação da Europa, o desenvolvimento das línguas, as cruzadas, os conventos, os cavaleiros, a cosmologia, as perseguições às bruxas e aos judeus.
O Renascimento, a Reforma, o nascimento dos Estados europeus, o séc. XVIII, o Iluminismo, séc. XIX, o Congresso de Viena, Karl Marx e Friedrich Engels e o comunismo. O século XX, o desencadeamento da Primeira Grande Guerra, o colapso da Alemana, a Guerra Civil espanhola.
Depois de um passeio pela história, Schawnitz apresenta a literatura europeia, a história da arte, da música, os grandes filósofos e as suas ideologias.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Campanha SOS Cagarro 2011 em curso

À semelhança dos anos anteriores, está em curso nas ilhas dos Açores, a Campanha SOS Cagarro 2011. Coordenada pela SPEA, Sociedade Portuguesa de estudo para as Aves, a campanha decorrerá entre 1 de Outubro a 15 de Novembro, período em que se dá a saída dos jovens cagarros dos ninhos para o seu primeiro voo transoceânico.
A sensibilização da população para a preservação dessa espécie e a organização de patrulhas nocturnas para o salvamento dos cagarros  juvenis são os principais objectivos da campanha. 
Devido ao excesso de iluminação das zonas urbanas que causa cegueira a essas aves, torna-se muito comum observa-las caídas nas cidades, estradas e jardins e quando não socorridas podem morrer por atropelamento ou por possíveis perdadores.
Portugal, devido aos seus arquipélagos, acolhe a maioria das populações destas aves marinhas, que vêm nidificar para as ilhas, dai a necessidade e preocupação para a preservação da espécie que cada vez mais vê o seu número a reduzir podendo mesmo adquirir o estatuto de risco a médio prazo.
Muitos dos cagarros juvenis salvos nos Açores já regressaram ao nosso arquipélago para acasalar e ter as suas crias.
Além dos Açores, o arquipélago da Madeira e as ilhas Berlengas são também locais estratégicos para a nidificação das aves.
 O Cagarro, também conhecido por Cagarra ou Pardela-de-bico-amarelo (Calonectris diomedea) passam praticamente toda a sua vida no mar, após a saída dos ninhos regressam à terra entre os 5 e os 8 anos para nidificar e podem viver até aos 50 anos. A ave de bico amarelo, dorso acastanhado e ventre branco, é reconhecida sobretudo pelo seu chamamento característico por ser tão estridente.

LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas

 A SPEA também tem desenvolvido o projecto “LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” em parceria com a SRAM, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Câmara Municipal do Corvo e a Royal Society for the Protection of Birds
O Projecto visa a conservação das colónias de aves marinhas no arquipélago português através da recuperação do seu habitat e da criação de meios de controlo e erradicação das plantas exóticas invasoras e de espécies predadoras introduzidas (ratos, murganhos, gatos etc.).
O plano de acção está a decorrer na ilha do Corvo que pela disponibilidade de habitat a torna um local privilegiado para o desenvolvimento das aves marinhas e no Ilhéu de Vila Franca do Campo, local onde estão a ser testadas medidas de controlo da vegetação invasora.